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Querido ser platônico, eu sei
como é essa vontade de se virar e descer dessa janela. Assim como sei que sente
medo daí de onde observa o mundo como se fosse um ser estranho, porque tudo que
acontece em idéias se dá de forma mais suave, profunda. Agora o mundo, ah, este
talvez não mereça a nobreza de seus sentimentos.
Sei, também, que por fora é forte
e talvez tenha até um toque de cinismo na forma como olha ao redor. A frieza
nasceu e se fortificou pela necessidade. Contudo, sabe que no fundo não é que não
tenha amor, é que este para você é durável, não banal como é para os outros. É
que você não sabe sentir ao meio, de forma porosa. Seu sentir vem com o tempo, sutilmente,
mas quando chega é como nuvem que se junta, que se carrega e se choca em forma
de tempestade. Pleno.
Não há nada nítido no plano das idéias, talvez, por
isso não seja onde gosto de estar, onde me sinto a vontade. Cheguei à conclusão
de que pertenço a essas nuvens. Inconscientemente devo ter esse precipício pelo
ininteligível que se tornou meu carcereiro.
07.09.11
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