Nota:

Oi pessoa, obrigada pelo seu tempo, sua leitura, sua apreciação ou não. Se puder deixe sua opinião, ela será sempre lida. E se por algum acaso for copiar alguma parte de alguma coisa escrita aqui coloque os créditos. É sempre bom estar consciente da fonte das coisas.


Fiquem à vontade conosco e com nossa eterna mania de "eus-bem-líricos".


Enfim, esperamos que gostem.


A.L. - D.

sexta-feira, 22 de abril de 2011



Sou cheia de manias. Tenho carências insolúveis. Sou teimosa. Hipocondríaca. Raivosa, quando sinto-me atacada. Não como cebola. Só ando no banco da frente dos carros. Mas não imponho a minha pessoa a ninguém. Não imploro afeto. Não sou indiscreta nas minhas relações. Tenho poucos amigos, porque acho mais inteligente ser seletivo a respeito daqueles que você escolhe para contar os seus segredos. Então, se sou chata, não incomodo ninguém que não queira ser incomodado. Chateio só aqueles que não me acham uma chata, por isso me querem ao seu lado. Acho sim, que, às vezes, dou trabalho. Mas é como ter um Rolls Royce: se você não quiser ter que pagar o preço da manutenção, mude para um Passat.



Fernanda Young

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quinta-feira, 21 de abril de 2011

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Clarice sendo Clarice.




Quer saber o que eu penso? Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma TPM horrível. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome. 


Clarice Lispector.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Olhos meus. Só meus.


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Hoje quando escutei a mesma música a senti diferente, quis fugir, não pela primeira ou segunda vez e creio que não pela última, mas, quis ir para os braços de um alguém desconhecido por mim, sem rosto, sem cheiro, sem voz. Só um alguém.

As pessoas dizem que entendem, que eu não vejo, que não é assim, que é simples. Contudo, nenhuma delas está aqui, tem acesso irrestrito a mente e sentimentos meus. Então, como podem saber?

Escrevo, leio, penso, choro, canto. Eles vêem, mas nenhum compreende e até pode ser que eu esteja sendo fraca, redundante, perdida, maluca, arrogante, todavia, ninguém está aqui onde eu estou, vivendo com o que eu vivo, convivendo com que eu convivo e pensando como penso.

Porque eles acham que ordens, deveres, gritos e críticas vão me matar? Fácil, os coitados não sabem o que eu sei, não vêem o que eu vejo e não compreendem.  Não sabem como não é nada difícil abaixar e fingir que não escuto enquanto gargalho por dentro achando-os tolos e pequenos. Podem até segurar minhas asas físicas, pequenas. Porém, não podem com tudo isso que escrevo, leio, penso, choro, canto e rio. Rio muito. São frouxos de risos. Internos. Secretos. Deliciosos.

Não sabem que espero, que faço isso pelo momento em que vou bancar mais que meu escrever, meu ler, meu pensar, meu chorar, meu cantar e meu rir. Vou bancar meu ser e aí, meu bem, talvez aí possam começar a ver o que eu vejo. Não como um ser especial que não me acho ou como alguém dotado de algo extraordinário e sim como alguém que pensa mais do que lhe é permitido, mais de todo esse provincianismo barato e infinitamente mais do que essa onda besta que até pode passar por mim e me envolver por segundos, mas, nunca, não permito que me faça arredar o pé de mim.

E assim pretendo ser, continuar vendo o que só eu vejo, lendo o que só eu leio, escrevendo o que só eu escrevo, chorando como e pelo motivo que só eu choro, e rindo, rindo muito.

17.04.11

Indicação: As Cores - Cine. - Ok, mesmo que você não ache que a  banda colorida seja capaz de produzir algo de boooom vale a pena pelo menos ler a letra.

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terça-feira, 12 de abril de 2011

Tresloucada


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Nem chega a ser como peixe fora d’água. É como viver fora de mim, sendo espectro de idéias de pensar. Mas, isso não basta para viver bem, para viver. Estranhamente chego a uma conclusão, não tão conclusiva, de que é melhor ser normal, seguir o fluxo, querer o que todos querem, pois ser assim, ser espectro tem sido cada vez mais doido mais cortante e até frustrante. Gostaria de poder evitar  esse ser, contudo se não o for não serei mais nada.

12/04/2011

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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Home

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Cá estou eu novamente sentada escutando qualquer música depois de desconfiar do mundo todo, depois de perscrutar cada e todo mínimo detalhe que me levariam a mais um desses jogos em que tentam me prender, a mais uma dessas pessoas ridiculamente reais e frívolas que pretendem me carregar e mesmo que por um breve momento a onde me leve com ela, eu me deixe levar por ela - só para me sentir menos et, só para saber que posso ser comum - após mais uma vez me decepcionar com possibilidades eu volto para casa, para esse sentimento tolo e irreal que me alivia. E eu sei o quanto é inútil sonhar com o platônico, com o intocável, com o não vivido, mas quando o afasto de mim e vou com a onda estou sozinha em meio a multidão, porque eu continuo mesmo guardando todas as letras que lhe dediquei, que lhe escrevi e tenho completa ciência de que isso é insuficiente, contudo não é menos doce, menos estrelar, menos sonho e por mais que eu os perca - os sonhos - não posso negar que sou ser feito deles, de cada um e são essas pequenas, grandes ou médias viagens feitas de olhos abertos que me mantém, mesmo quando caio, pois sei que com eles e por eles me refaço, reconstruo e ressurjo.

Sugestão de música: Home - Michael Bublé
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